sábado, 23 de maio de 2015

Como preparar e como oferecer a papinha

Quando chega a hora de introduzir a comidinha na dieta do bebê é praticamente unânime entre as mães a dúvida de como preparar a papinha.

Esse post tem o objetivo de ensiná-las a montarem suas próprias receitas de forma PRÁTICA, equilibrada e variada para o bebê. E a oferecerem os alimentos de forma que favoreça a aceitação e a relação da criança com os alimentos.

Vamos lá!
Pra começar, é importante ter em mente que bebês menores de 1 ano estão em uma fase muito delicada e extremamente importante de aprendizado da alimentação. Nesta fase eles deverão conhecer a maior variedade possível de texturas e sabores naturais.
Por isso é importantíssimo não oferecer alimentos triturados, para que não atrapalhe o aprendizado da mastigação e das texturas; nem alimentos que contenham açúcares, como engrossantes (mucilon, sustagem, cremogema etc), biscoitos, industrializados e quaisquer preparações, para que o doce não atrapalhe a apreciação de outros sabores: azedo, salgado, ácido etc.

**Sucos e água de coco, além de desnecessários, poderão atrapalhar o aprendizado da ingestão de água!

Sendo assim, os lanches ideais para os bebês são as FRUTAS. Até 1 ano eles não precisarão de outro tipo de alimento nos lanches.

No começo, evite misturar as frutas e ofereça a maior variedade possível. Algumas, mais moles, podem ser oferecidas inteiras ou em pedaços grandes desde o início, como banana, mamão.
Mais pra frente, pode-se variar os lanches com creminhos grossos (frutas batidas com muito pouca água ou suco), picolés, frutas cozidas (maçã, pêra, abacaxi), com canela, com aveia etc

**Obs.: morangos e kiwis têm agrotóxicos demais, por isso devem ser evitados no primeiro ano.
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Agora vamos falar das papinhas principais.

O Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria nos orientam que uma papinha principal equilibrada nutricionalmente deve conter ingredientes dos 5 grupos alimentares:

*Cereais e Tubérculos - arroz, macarrão, batatas, inhame, macaxeira

*Feijões - todos os feijões, grão de bico, lentilhas, favas, ervilhas

*Carnes e Ovos - peixe, boi, porco, carneiro, frango, ovos (inteiros)

*Verduras - todos as folhas e flores: brócolis, couve, repolho, espinafre etc

*Legumes - abóbora, cenoura, quiabo, tomate, beterraba, abobrinha, berinjela, pepino etc

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Então, o primeiro passo pra fazer a papinha é escolher 1 ingrediente de cada grupo, podendo escolher mais de um dos dos grupos de verduras e legumes.

As primeiras papinhas podem ser preparadas da forma mais simples possível: apenas cozinhando tudo (SEM SAL!) junto até que fique molinho e sem caldo. Amassar com um garfo e oferecer cada vegetal separadinho pra que o bebê compreenda os sabores individualmente.


Mais pra frente, conforme o bebê for exigindo mais sabores nas preparações, as papinhas vão ficando mais elaboradas. Elas podem ser preparadas da seguinte forma:

Após escolher os ingredientes principais (dos 5 grupos de alimentos) e as ervas e temperos que serão utilizados, o procedimento básico é:

1- Temperar a carne com ervas, alho, temperos naturais

2- refogar (de preferência no azeite) alho e/ou cebola

3- refogar a carne (no caso de peixes, acrescentar mais tarde para não desmanchar)

4- acrescentar os demais alimentos

5 - cobrir com água e cozinhar em fogo brando até que o caldo seque completamente


Através desses 5 passos dá pra fazer uma variedade imensa de papinhas diferentes. Refogar o alho/cebola e adicionar ervas e temperos, dará à preparação muito sabor sem a necessidade do uso do sal.


#Dica:

**Alguns ingredientes podem ser batidos no liquidificador para virarem molho.

**A beterraba é um coringa na hora de dar aquela cor, sem precisar de extratos e molhos prontos.

***A comida que não foi pro prato pode ser congelada em cubas de gelo bem higienizadas, dentro de sacos próprios para alimentos. Depois podem ser desenformadas dentro do mesmo saco, fechado com um nó falso. Assim pode-se utilizar um ou mais cubinhos por vez, mantendo o restante congelado.

***Os alimentos congelados devem preferencialmente ser descongelados em banho Maria, para manter suas propriedades.


A partir dos 9 meses, a criança já deverá estar comendo as texturas originais dos alimentos, sem amassar. Podendo ser introduzida a alimentação da família.

Para isso, as refeições precisarão seguir os mesmos critérios da alimentação da criança: conter ingredientes dos 5 grupos de alimentos, não conter industrializados, como embutidos (presunto, lingüiça, salsicha, calabresa etc), caldos e molhos prontos etc. Os ingredientes devem ser naturais e deve haver moderação no uso do sal.

É muito importante lembrar de variar as preparações. Por exemplo, se hoje foi arroz, peixe, cenoura e espinafre, amanhã pode ser carne, couve, abóbora e macarrão. Uma vez por semana pode-se variar o ingrediente do grupo dos feijões, para que haja familiarização com alimentos diferentes.


**É importante que os feijões sejam deixados de molho por no mínimo 8 horas, para evitar que o bebê tenha gases ou outros desconfortos gastrintestinais. A água do remolho deve ser descartada sempre.

Lembrando sempre que os alimentos devem ser introduzidos com muita calma e paciência, respeitando o tempo e as individualidades de cada bebê.

Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, um alimento deve ser oferecido até 15 vezes, de diferentes formas, para se chegar à conclusão de que a criança não gosta.


Para uma consulta individualizada para seu bebê ter a melhor introdução alimentar possível, basta ligar e agendar:
(79) 3041-2555 (CREMEDI)
Para atendimento domiciliar Personal Diet Baby
(79) 9148-3237
Pryscilla Rodrigues - Atendimento humanizado em Nutrição Infantil

quarta-feira, 29 de abril de 2015

O Reflexo de Protrusão da língua e a Alimentação Complementar

No finalzinho da gestação geralmente os pais já estão super ansiosos para ver a carinha do bebê e para finalmente segurá-lo em seus braços. Daí nasce aquela coisinha frágil e tão pequenininha e as reações com o primeiro contato são as mais variadas. Porém, no primeiro mês é quase que hegemônico o sentimento de desespero ou quase-desespero nos pais..rsrsrs
Mas o primeiro mês passa, e as coisas começam a acalmar um pouquinho (não muito! rsrs), os pais se "acostumam" a dormir bem menos e àquela rotina dedicada ao bebê.
Com a "calmaria", a mãe já começa a ficar ansiosa para começar a introduzir as comidinhas pro bebê. E quando chega perto do 5º mês, a ansiedade de algumas mães beira a aflição. rs
Para algumas é o fim da licença maternidade, fator agravante.
Então, em meio a todo esse sentimento, finalmente chega o momento: o bebê deve estar pronto para receber a comidinha!
Daí a mãe, que já não aguentava mais esperar, amassa uma banana inteirinha e vai dar ao bebê, com aquela colherinha de material especial que comprou no 6º mês de gestação.
Diante de tamanha expectativa, o bebê ainda tem coragem de simplesmente cuspir TUDO!
A mãe tenta a próxima colherada, mas ele vira o rosto, parece que vai vomitar e, com a insistência, começa a chorar.
A única explicação possível para essa reação é que ele não gostou da banana? Ou será que é porque tinha que ter começado com um suquinho de lima, já que ele estava acostumado apenas com líquidos? Ah não!...Se tivesse batido a banana no liquidificador ou passado na peneira, ele teria comido inteira! Com certeza um biscoitinho de maisena faria toda a diferença....não é?
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Finalizo aqui a estorinha (baseada em fatos reais..rs) pra lhes dizer que tanta expectativa, aliada à nossa cultura que supervaloriza o ato de comer, sem que necessariamente valorize a qualidade do que se come, faz com que uma reação simples e COMPLETAMENTE NORMAL que qualquer criança que nunca comeu sólidos na vida poderia ter, é capaz de atrapalhar, e muito, a introdução da alimentação complementar e a formação do paladar.
Por volta do sexto mês de vida, começa a ocorrer o fim do REFLEXO de protrusão da língua (o reflexo de colocar a língua pra fora), que seria uma proteção natural contra a ingestão precoce de alimentos sólidos. Muitas crianças ainda terão esse reflexo que, como todo reflexo, é INVOLUNTÁRIO!
Não significa que ela não gostou do alimento.
Não significa que ela precisaria iniciar com líquidos.
Não significa que precisava bater no liquidificador ou passar na peneira.
Não significa que ela precisava de um biscoitinho de maisena.
Então... Vamos com calma.
Ao invés de amassar uma banana inteira, amasse uma rodelinha ou duas.
Ao invés de ficar limpando o queixo sujo o tempo todo, deixe que a melação aconteça.
Ao invés de enfiar a colherada na boca, espere para que ele espontaneamente abra a boca, ou dê sinais de interesse pelo alimento.
Ao invés de se apressar para oferecer a próxima colherada, espere tranquilamente que ele termine de processar completamente a primeira.
Nunca force a barra para que seu bebê coma mais! Confie nos instintos dele, para que não se percam para sempre.
O bebê nasce com uma ótima auto regulação da ingestão de energia.
Alimentos mais calóricos são consumidos em menor quantidade. Alimentos menos calóricos (aqueles com muita água) serão consumidos em maior quantidade e distenderão mais o estômago.
Então evite alimentos aguados!!! (Sopas e sucos entram aí)
Deixe secar toda a água da papinha cozinhando. Amasse e ofereça. É melhor 2 colheres de comida 'sem água", que 10 colheres de comida aguada.
Confie no seu bebê. Respeite sua saciedade. Entenda o momento de aprendizado da alimentação e a valorize como algo que repercutirá pra sempre na vida dele.
No mais, estou a disposição para ajudar!
Agende uma consulta e faça uma introdução da alimentação complementar com qualidade e segurança!
Pryscilla Rodrigues - Nutricionista Infantil
CREMEDI - (79) 3041-2555

terça-feira, 31 de março de 2015

Neofobia Alimentar - Um problema que começa muito cedo


NEOFOBIA ALIMENTAR - "medo" de provar alimentos novos
A Neofobia alimentar inicia-se muito cedo, na infância, e provoca uma monotonia alimentar que leva à deficiência de nutrientes.
Uma introdução alimentar correta, levando em consideração: idade da introdução e apresentação dos alimentos; pode prevenir a ocorrência de neofobia alimentar.
A introdução de alimentos antes dos 6 meses, a oferta de alimentos liquidificados e de "suquinhos" como refeição no início da introdução alimentar, a oferta de açúcares ou alimentos muito adoçados desde muito cedo (antes dos 2 anos), a falta de variedade dos alimentos ofertados, a falta de contato e de familiarização com vários alimentos, a falta de estímulos e exemplos familiares... Tudo isso predispõe à neofobia alimentar.

OBS.: Muitas crianças iniciam introdução da alimentação complementar em creches e hoteizinhos, e muitas vezes frequentam as escolas em período integral, recebendo toda a alimentação de acordo com o cardápio do local. Com tamanha responsabilidade, é muito importante que  cardápio seja elaborado por um Nutricionista Infantil competente.

Por isso, papais e mamães, fiquem de olho no cardápio que é oferecido a seus filhos. Alimentos industrializados, adoçados e liquidificados não são adequados para menores de 2 anos.

Pryscilla Rodrigues - Nutricionista Infantil
Consultório: (79) 3041-2555
(79) 9148-3127 (Whatsapp) | (79) 9865-3127

segunda-feira, 2 de março de 2015

Movimente-se! Em Qualquer Idade!

Que exercício físico, alimentação saudável e qualidade de vida estão bem relacionados todos nós sabemos. Certo?

E na "melhor idade"? Preciso fazer exercício físico? Posso? Como minha alimentação pode ajudar?

Com o passar dos anos, com o envelhecimento, começam a acontecer algumas mudanças em nosso corpo, principalmente em nossa composição corporal. Ocorre diminuição da massa muscular, da força e da capacidade funcional. Começamos a sentir dificuldades em realizar nossas atividades diárias, ficamos mais vulneráveis ao surgimento de quedas e as alterações em nosso metabolismo tornam comum o aparecimento de doenças, como: as cardiovasculares, diabetes tipo 2 e hipertensão.

👉 A prática supervisionada de exercício físico regular, tanto aeróbico, quanto de resistência (especialmente desse tipo de exercício, ou seja, treinamento de força) tem mostrado uma resposta excelente na melhoria da composição corporal de idosos, com aumento de força muscular e da habilidade física. Além de diminuir níveis de depressão e ansiedade.

➡ E o tão temido estresse oxidativo?
Pois é, ele também aumenta durante o envelhecimento e o dano causado por ele ao nosso cérebro está associado à famosa Doença de Alzheimer!

↪ A boa notícia é que os estudos mostram que o exercício físico tem um papel neuroprotetor importante ao diminuir esse dano oxidativo cerebral, protegendo contra a perda de memória, melhorando função cognitiva e comportamental. Sendo uma boa ferramenta na busca por uma melhor qualidade de vida.

👉 Claro que todos esses benefícios são alcançados ao aliar exercício físico e alimentação saudável!
Com o fornecimento de alimentos de qualidade, maneira equilibrada, respeitando as necessidades individuais e corrigindo possíveis deficiências evitaremos danos desnecessários. ➡ Explicaremos em futuras postagens algumas dicas mais específicas sobre o assunto.

Atenção:
✔ Não pratique exercício físico antes de procurar orientação com profissionais adequados e saiba qual é o mais indicado para você!

✔ Procure orientação nutricional para um planejamento alimentar equilibrado, saudável e saboroso! 

#NutriRaysaRocha
#NutricaoAracaju

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

1000 Dias - Janela de Oportunidades


Você sabia que nos primeiros 1000 dias de vida do ser humano (9 meses de gestação até mais ou menos 2 anos de idade) ocorre uma intensa programação do organismo?
Isso quer dizer que o meio ambiente, os estímulos, a alimentação, irão determinar como funcionará o metabolismo e como ocorrerá o desenvolvimento cognitivo do indivíduo PRO RESTO DA VIDA.

Esse período é chamado de "janela de oportunidades" e tem recebido bastante atenção científica no mundo inteiro devido à sua relevância para a saúde do ser humano.

2 anos passam muito rápido, não acha?
Mas para serzinhos tão frágeis, 2 anos podem significar saúde física e emocional pro resto da vida.

Então, você não acha que vale a pena o sacrifício para dar ao seu bebê o alimento mais perfeito e suficiente do mundo, que é produzido pela mamãe dele: o leite materno?
Não vale a pena superar a ansiedade e esperar o tempo certo pra dar cada alimento pro seu bebê?
Não vale a pena ensiná-lo a se deliciar com comida de verdade, com sua textura e sabor originais?
Não vale a pena criar nele um paladar diferente do seu e do meu, viciados em açúcar, sal e gordura?
Não vale a pena dar a ele uma qualidade de vida muito melhor que a sua?

Não vale a pena ficar com ele o máximo de tempo possível, deixando que ele aproveite ao máximo o seu cheirinho, sua voz, seu colo, seus carinhos, sua segurança, seu afeto?

Reflita com carinho: O que você acha que vale a pena fazer pela SAÚDE do seu filho?
Aproveite os primeiros 1000 dias do seu filho, eles passarão rápido demais e nunca mais voltarão.

Alimentação Complementar - RESUMO


ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR - Resumão baseado nas recomendações do Ministério da Saúde, da Organização Mundial da Saúde e da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Lembrando que até 1 ano o Leite Materno é o PRINCIPAL ALIMENTO pro bebê, a comidinha apenas o complementa.

ÁGUA deve começar a ser oferecida no mesmo tempo que a alimentação complementar, a partir dos 6 meses. Oferecer o tempo todo (exceto durante refeições), até a criança criar o hábito de consumir água.

Seu futuro, você decide!


A boa notícia é que você é capaz de mudar esse futuro.
A nossa alimentação é capaz de modificar nossa genética, ativar e desativar genes bons e ruins.

Escolher todos os dias comer comida de verdade, dar atenção, respeitar e cuidar do próprio organismo, pode nos ajudar a desativar alguns genes ruins que, inclusive, seriam herdados pelos nossos filhos, provocando, por exemplo, diabetes, câncer, hipertensão.

Da mesma forma, a boa alimentação na gravidez, o aleitamento materno exclusivo até 6 meses de vida do bebê, a introdução alimentar adequada e a formação de hábitos saudáveis na criança vão favorecer a saúde da criança pro resto de sua vida.

Cuide-se!