segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Fermento Natural - Levain

Há um tempo atrás, minha sogra tinha me contado sobre um pão de leite que a sogra dela fazia antigamente. Segundo ela, era delicioso, enorme, fofo, cheiroso, muito diferente de tudo o que encontramos nas padarias aracajuanas. Fã de pão que sou, morri de curiosidade. Um tempinho depois, perguntei a vovó como é que ela fazia uma maravilha dessas, mas ela não lembrava de muita coisa. Mas me chamou a atenção que ela disse que deixava uma mistura num copo e só usava no outro dia pra fazer o pão. Ela chama de "pão de Jesus". Se você jogar esse nome no google, como eu, não vai encontrar nada...rsrsrs 
Até que descobri que o tal "pão de Jesus" atende na verdade pelo nome de "pão de Cristo"e finalmente achei a receita misteriosa de vovó e, com ela, também descobri a magia do fermento natural e me apaixonei pela idéia.

O fermento natural, também conhecido como levain, nada mais é do que uma colônia de bactérias e leveduras. Ao adicionar água (ou água de frutas) na farinha, é criado um meio propício para o desenvolvimento desses microrganismos existentes nas farinhas e no meio ambiente.
O que esses seres fazem é fermentar, ou seja, digerir carboidratos e liberar gases, álcoois e ácidos, mudando a constituição da massa.
A fermentação pode trazer inúmeros benefícios, por enriquecer nutricionalmente o alimento. Certos tipos de colônias fermentadoras são capazes de digerir proteínas, aumentar a biodisponibilidade de minerais(ou seja, deixá-los mais absorvíveis), produzir vitaminas inexistentes na matéria prima, quebrar açúcares que provocariam intolerâncias (como a lactose no caso da fermentação do iogurte), etc.
O pão feito com levain é mais aromático, fofo, saboroso e suas características se mantêm preservadas por muito mais tempo. Tudo isso graças à fermentação lenta e natural.


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Agora, vamos à minha experiência do fim de semana. Comprei um vidro com tampa só pra produzir meu prórprio levain. Lavei e sequei o vidro. Coloquei 1 xícara (240mL) de farinha branca e acrescentei água até virar mingau.




No outro dia já estava borbulhando e com o dobro do volume. Fiquei embasbacada, achei que ia demorar pelo menos uns 3 dias pra ficar pronto.
 

Então surgiu a dúvida, se podia usar assim mesmo, ou se tinha que acrescentar açúcar e farinha e deixar fermentar por mais 1 dia antes de usar..Não segui meu coração e me dei mal.

Usei como estava, tirei metade pra fazer o pão e a outra metade reformulei com mais água e farinha.
Esperei umas 12 horas ou mais e a massa, já com mel e farinha, me ignorou completamente. Não quis virar pão nem com reza braba. No outro dia, resolvi arriscar, modelei e assei assim mesmo. 

E tcharam! ficou horrível, solado, com gosto de álcool..Chama o Xamu! kkkkk


Andei me informando e, pelo jeito, tenho que ficar renovando o fermento por uns dias antes de usá-lo, pra fortalecer a colônia. Farei isso e depois digo o resultado. Quando conseguir pegar a manha, venho correndo contar pra vocês!


Espero que tenham gostado!
Até o próximo post ;)

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